sexta-feira, 18 de junho de 2010

Amores Decantados II







Amores Decantados




No passado dia 13 de Junho, o GPA organizou a sessão AMORES DECANTADOS - Decante-Bar, Aveiro.
Tema: o amor
A iniciativa teve como objectivo divulgar a poesia de autores do Grupo.
Nesta sessão, foi possível decantar a poesia de Orlando Jorge Figueiredo, Lurdes Breda, Maria Mamede, Ana Paula Mabrouk, José Jeronimo, Isabel Rosete, J.T. Parreira, Sérgio Azeredo, Elvira Almeida e Carlos Cardoso.
Além da divulgação da poesia de membros do grupo, também se prestou uma homenagem a Fernando Pessoa, no dia em que se comemora o seu nascimento.
Do GPA estiveram presentes: José Jeronimo, Isabel Rosete, J.T. Parreira, Sérgio Azeredo, Elvira Almeida, Carlos Cardoso, Naia Sardo, Manuel Janicas e Rita Capucho.
O GPA agradece ao Decante Bar, e a todos os que estiveram presentes, a noite que foi muito animada e prazerosa.


Poesia e Sainhas II



Poesia e Sainhas






No passado dia 7 de Junho, o Grupo Poético de Aveiro esteve presente num jantar convívio em Vagos promovido pela Confraria das Sainhas.
Esta Confraria Gastronómica, além do degustar gastronómico, quis celebrar poesia e, para tal, fez um convite alargado a várias pessoas para ler poesia. O GPA, colabora naturalmente com todas as Associações, com todo o prazer, e apoiou esta iniciativa promovida por esta Confraria, em que a poesia foi celebrada.
O GPA agradece o convite à Confraria das Sainhas e elogia o verdadeiro amor à poesia que todos demonstraram.
Nesta sessão, o GPA esteve representado pela Raquel Gomes e Rita Capucho.

O GPA apoiou a apresentação do livro " Vozes do Pensamento" de Isabel Rosete



O Grupo Poético de Aveiro apoiou a apresentação do livro Vozes do Pensamento de Isabel Rosete na Feira do Livro de Aveiro, no passado dia 1 de Junho.
Nesta sessão estiveram presentes: Isabel Rosete, Rita Capucho, Leonor, J.T. Parreira, António Azeredo, Manuel Janicas, Gonçalo Rosete e Naia Sardo.









quarta-feira, 16 de junho de 2010

Orgamar e o Duelar - Isabel Rosete



"orgasmar" e o "duelar"

Nos duelos com o teu corpo
Encho a minha alma
De sangue virgem,
A jorrar pelo meu peito.

Toda a força orgásmica
Corre-me nas veias.

Amo-te até à exaustão
Do sentir;
Amo-te para além
Dos limites do dizível;
Amo-te até ao último
Impulso audível.

Os duelos
Sempre continuam,
Cada vez
Mais intensos,
Porque a força do Amor nos move
Em todos os caminhos
Que se bifurcam.

Não quero parar de me debater
Com o teu corpo, único,
Com a tua alma, tão singular,
Que me extasia as moléculas,
De imediato,
Em estado de com-bustão.

Assim te amo
Na ponta da espada, sem bainha,
Sempre pronta a atravessar
Todas as tuas células,
Em inflamação;

Assim te amo
Nos cortes e recortes do teu corpo,
Delgado e nu
De emoção.

Isabel Rosete


Duelar - Lurdes Breda



Duelar

Duo. Nós. Eu e tu.
Elo. Abraço, enlaço. Peito belo.
Ar. Inspiro-te, respiro-te e deixo-me amar.

Do. Dele. Intenso. Desmesurado.
E. Em mim. Em ti.
Lar. Corpos abertos de par em par.

Duelo. Espada de fogo, espada de gelo.
Elar. Unir. Possuir. Completar.
Duelar. Batalha. Osmose. Orgasmar.

Lurdes Breda


Duelar - Elvira Almeida



Duelar


Eu sou uma pacata cidadã
vivendo numa cidade pequena,
bem serena
onde a cultura, pouco a pouco,
está a chegar!

Não gosto de guerrilha
nem confronto
e acho até, que é tonto
quem como água,
gosta de fervilhar!

Mas já com as letras é outra secção;
ando de espada (caneta) sempre à mão
à espera de algum “mosqueteiro”
que se sinta à altura…

Que figura!

E de espada/palavra em punho,
me desunho
por uma boa escrita…
…há lá coisa mais bonita
que uma prosa com lisura
ou de um belo poema
gritado aos quatro ventos
a acordar os que estão
menos atentos
para a força da palavra,
nossa eterna união?

Até que ninguém me cale a voz,
uso-a e à palavra
para o prazer de todos nós…
e sempre que uso a pena
molho-a no sangue
do meu quente coração

Elvira Almeida


Duelos do meu EU - Isabel Rosete



Duelos do meu Eu

Amo-me,
Desejo-me,
Acima de tudo e de todos.

Narcisismo?
Ego-centrismo?
Arrogância?

Não. Claro que não!
Rotulem-me como quiserem.
(Mas) isso eu sei que não sou.

Amo-me
No meu irredutível Eu,
Centrado em si próprio e no Mundo,
No Outro,
Em todos os outros,
Espelhos baços, de mim mesma.

Ah, Eu…
Pura transparência
Liberta de todas as máscaras!

Ah, Eu
Apenas eu no meu próprio Eu.
Nada mais!

E os outros?
Tão-só, outros Eu(s)
Dispersos ou concentrados
Na mesmidade da minha Identidade,
Em duelo,
Inter-cruzado, com todas as outras identidades
Dentro e fora de mim.

Isabel Rosete


Duelar - Maria Manuel



duelar

os duelos são névoas na noite
de quem sobrevive entre muros
nos caminhos armadilhados
do mar e da terra, fronteiras
de sangue ao poder das nações,
tigres em teimosia de fábulas,
máscaras dos reais intentos
dos espadachins. insano

olvido dos anais humanos.
auschwitz tem muitos nomes
muitas formas de ser, fome
doença cativeiro orfandade
violência assassínio, na poeira
anónima do rasto dos tigres.


Maria Manuel


Duelar - Ana Paula Mabrouk



Duelar

Duelo comigo
De espada em punho
E rosa ao peito
De olhar aberto
Baínha sem aço
E espinho no ser

Duelo em redor
Bato-me desigual
Capa negra ao vento
E nuvens de agouro
Que se cruzam
E estilhaçam o ar

Duelo contigo
Com tuas palavras
Com touchés vibrantes
E empates duros
Sem árbitros por perto
Nem tiros de aviso

Duelo pela vida,
Minha, tua, plural
Gerada com verdade
Trilhada com sabor
Na ponta da pena
No cabo da espada

Duelo com quem não tem
Arma branca à mao
Nem afiado fio ao dispor
E viperinam nos dias solares
E hibernam nas noites sós
Sem declamar palavras

Duelo de espadas
E rosas encarnadas
Nas lapelas carnudas
Dos lábios em murmúrio
Versos espinhados
Combate sem igual

Ana Paula Mabrouk


Orgasmar - Sérgio Azeredo



Toquei os teus seios erectos
de bicos de ébano.

Arqueaste o teu corpo
sobre mim, num movimento lascivo,
e eu atravessei a tua fronteira
num ondular de maré tumultuosa.

Gritos roucos e frases desconexas
misturaram-se num orgasmar intenso,
de rédea solta.

Voltamos da pequena morte
pela mão do afinador de sonhos
que me sussurrou a certeza
de sermos um do outro.


sérgio de azeredo


Orgasmar - Ana Paula Mabrouk



Orgasmar

Orvalho na tua pele
Minha crina fulgurante
Entre teus dedos capazes
Pernas e braços – abraços
Montes e vales – compassos
Tendões retesados, vorazes
Tua forma ondulante
Na minha carne de mel.

Gasto meu amor ardente
Na tua sede feliz
E gemo, suspiro, assalto
Teu pescoço esguio
Fêmea em pleno cio
Hasteias vara ao alto
Cruzas as coxas viris
Sob o meu sexo quente

Mar revolto e salgado
Preia-mar, desenfreada
Grito de gaivota, acesa
No céu do meu prazer
Cerro dentes ao morrer
Arranho, ‘stou indefesa
Arrancas à dentada
Meu beijo esfomeado.


Orgasmei

Orgasmei.
Re pe ti da men te…
Com afinco
Com fervor
E com prazer
Com volúpia
Sem pudor
E sem prever…

Que orgasmaste
Singular
Uma única vez!






Orgasmo de novo

Ocaso em ti
Rilho tua carne
Gozo teu fulgor
Acordo sôfrega
Subo ao teu corpo
Morro outra vez
Arranco um gemido
Remato a preceito.

Ana Paula Mabrouk


Mil Pátrias Num Só Poema - Lurdes Breda



Mil Pátrias Num Só Poema

O Sol beijava, ao longe, o mar,
As fachadas dos prédios
E as asas das gaivotas, que passavam.
Percorria as ruas e as avenidas...
Enchia de luz o ventre da tarde
E as pétalas das flores, nas varandas.
Algures, na cidade com veias de água,
O grito do poeta soou…

Eram mil vozes a uma só voz,
Mil pátrias num só poema!

As palavras nasciam, livres…
Não tinham mordaça!
Corriam pelas salas, corredores,
Fugiam pelas janelas e portas fechadas,
Não tinham fronteiras!
Misturavam as letras, as línguas,
Eram irmãs de um mesmo destino,
Abraçavam-se, davam as mãos!

Eram mil vozes a uma só voz,
Mil pátrias num só poema!

À noite, por entre brindes
E bocas cheias de riso,
A poesia cantou e dançou,
Sem pudor, nem diferenças.
Saiu para as vielas estreitas
E voou, no fumo de um cigarro,
Até alcançar as estrelas,
Com uma mão-cheia de sonhos!

Eram mil vozes a uma só voz,
Mil pátrias num só poema!

Lurdes Breda


Orgasmar - Maria Mamede



ORGASMAR

Orgasma-se a floresta
em ribeiros corredios
quando a primavera
põe a mesa às lagartas;

orgasma-se o sobreiro
na hora do corte
a descascar roupagens
dor e gozo a um só tempo;

orgasma-se a flor
no poisar da abelha
doce troca de fluidos
para próxima gestação;

orgasma-se o prado
de pampilos e papoilas
em meio ao trigo
a prometer o pão;

orgasma-se o céu
na nuvem que passa
fugindo, fugindo
a prometer arco-íris;

e orgasma-se a dor
no pranto sentido
caindo, caindo
a prometer recomeços!...

Maria Mamede


Orgasmar - José Jerónimo



I - Compasso dos Elementos

A tarde quente de verão
Cantava notas soltas nos nossos corpos
Numa dança orgasmástica:
A areia quente e húmida na pele...
O bater das ondas nos nossos pés...
O vento enrolado nos cabelos...
O azul do céu espelhado nos nossos olhos...

Um grito universal pulsando ao mesmo tempo
Ao mesmo compasso,
Um cântico antigo, sussurado
Pelo vento, pela terra, pelo céu,
Trazido na espuma das ondas:
Orgas... mar... mar... mar... mar!


II - Compasso dos Corpos

A quentura das bocas...
As mãos frementes...
Os olhos fechados...
Os corpos suados e nus,
Mergulhados nas águas profundas
Da noite primordial!

Promessas de sinfonias indizíveis,
Poemas de rima emparelhada a dois,
Fundidos num cântico universal e divino!

Orgasmámo-nos...


III - Compasso da Alma

No horizonte em tons de vermelho-fogo
O sol descia lento
Indiferente...

Ficámos enlaçados, silenciosos...
E partimos de mãos dadas,
Orgasmados
Separados
Sozinhos!

Restava-nos o cheiro a fruta madura...
O sabor a mosto quente...
A cantilena sussurrada pelo vento:
Orgasmar... mar... mar... mar!

E no horizonte o céu pintado de vermelho-sangue!

José Jerónimo


Sensações - Elvira Almeida



Sensações

Manhã estival
com refrescantes
sombras de arvoredo...
… ainda é cedo!

O calor só marcou
os corpos adejantes
à chegado do poema
declamado,
qual segredo
da alma do poeta,
entre os que dele
são amantes !

…Dizes tu,
navega agora
nesse mar marcado
pelo som das ondas
na praia, a rebentar…

…E tu agora
sobe à estrela
mais brilhante;
ensina-lhe as palavras
do poema na emoção
terrena de se amar!

…Ah! Mais um agora
que ao beber da poesia
no pico da montanha verdejante,
desceu sua vertente
nas asas dos escritos sonhadores,
os maiores
os mais fecundos,
marcas deixadas em cada um
dos nossos mundos
num êxtase sublime,
comungado, puro
livre de sarcasmo…

Da fonte da poesia
saiu líquida alma,
trepidante viagem
lembrando, do deserto,
uma miragem
e um oásis de volúpia
de virgem, no sentir
do seu primeiro orgasmo!

Elvira Almeida


Orgasmar - Isabel Rosete



Orgasmar

Orgasmos de melão e abacaxi,
Com alho,
Percorrem-me o corpo
De cima para baixo,
De baixo para cima,
Numa alegria estonteante,
Imensa!

A minha pele torna-se leve,
Macia, aveludada…
Qual seda escorregadia
Que inflama,
Orgasticamente,
A minha e a tua alma
Que, de repente, clama!

A chama do orgasmo
Preenche a libido.
Vulcões se acendem,
Lavas sedentas de prazer
Apelam ao teu corpo,
Cheio de graça!

A felicidade?
Ai, a felicidade!
É infinita!
Eterniza-se naquele momento,
Primeiro, único…,
Inesquecível…

Isabel Rosete


Orgasmar

Orgasmei-me
com maças vermelhas, azuis, laranjas, amarelas, roxas, pretas, brancas.
Deixei a macieira despenada.
Eva ficou extremamente preocupada e disse:
E agora o que vou dar a comer ao Adão?
Adão ficou furioso, deixou de me falar.
E eu fiquei feliz
de tanto orgasmar!!!!

Tema - Orgasmar



O tema foi: Orgasmar.
Nos próximos post podem desfrutar de alguns poemas dos membros do GPA.

Saudações poéticas,

Rita Capucho

sábado, 5 de junho de 2010

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010




Elvira
Ana Paula Mabrouk

Fernando
José António
Santiago

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010

Araceli Sanguillo


Naia Sardo

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010

A poesia na rua
A mesa dos poetas
Rosa Oliveira
Orlando

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010

Paula Pinto
Marília Teixeira
J.T. Parreira
Maria Mamede

José Jerónimo

Licínio Amador
Lurdes Breda

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010

Isabel
Carlos Cardoso
António Luís
António Azeredo

Encontro Poético Luso - Espanhol 2010


O Grupo Poético de Aveiro recebeu, nos passados dias 29 e 30 de Maio, os poetas espanhóis Araceli Saguilo, Santiago Redondo e José António Vale Alonso, vindos de Valladolid, em representação do Grupo Literário e Artístico Sarmiento e da Revista Hablada Juan de Baños; Javier Gonzalez Roiz em representação do Círculo Poético Orensano, de Ourense; Fernando Luiz Perez Poza, representante da Associacion Republica de las Letras, de Pontevedra; e Cristina Corral, em representação da Fundacion Cumulum, de Lugo.
A vinda dos referidos convidados, deve-se à continuação do intercâmbio cultural e poético que o Grupo Poético de Aveiro vem mantendo com o país vizinho desde 1993 e demonstra a progressiva consolidação da proximidade entre alguns dos poetas dos dois países, que têm vindo a aumentar em número e entusiasmo, tanto entre nós como no país vizinho, de onde cada vez mais associações e regiões se têm feito representar e nos têm dirigido convites para encontros poéticos por elas organizados.
O Encontro decorreu no Auditório da Biblioteca Municipal de Aveiro, no dia 29, sábado, pelas 18 horas, e é de salientar a interactividade entre os participantes e o público que seguiu sempre com interesse a diversidade do discurso poético.
Este Encontro conseguiu unir mais de vinte poetas e leitores de poesia e foi integrado na Feira do Livro de Aveiro, a decorrer ainda, e foi uma iniciativa do Grupo Poético apoiada pela Câmara Municipal de Aveiro.
No dia 30, Domingo, pelas 11 horas da manhã, este Encontro teve continuidade com um passeio no Parque Municipal Infante D. Pedro, durante o qual se foi lendo e dizendo poesia, tanto pelos poetas portugueses como pelos poetas espanhóis.
São dos momentos referidos as imagens que se seguem:



Rosário Relva
Javier, Fernando, Cristina e Javier
Javier, Fernando e Cristina
José António, Araceli e Santiago